Comissão Organizadora
do I EIV (Estágio Interdisciplinar de Vivência)- PA
Carta de Apresentação
Cada um colhe seus resultados. Todos colhem o avanço da luta de classes.
Para o MST só a contribuição na auto-estima de nossa base já seria suficiente.
Nossas famílias se sentem reconhecidas em sua luta, ainda mais tendo por visitante
um ator social dos mais simbólicos na escada da moral e estima social,
o estudante universitário. Existem, obviamente, uma série de outros
resultados positivos que o EIV vem historicamente proporcionando.
( Entrevista com Chumbinho, Militante do MS-MG e Consulta Popular)
Falamos tanto em práxis na universidade e nos lançamos ao primeiro estágio que aparece com a ânsia de buscá-la, porém poucas vezes ocorre a chance de nos questionarmos sobre a quais tipos de estágios estamos nos lançando e qual a proposta pedagógica que os mesmos podem nos oferecer. Então, por vezes caímos na armadilha de estágios oportunistas que nos levam à ilusão de que estamos “batalhando” em busca de conhecimento.
Observando essa carência de experiências, que possam ofertar um despertar de estímulos do conhecimento e aliar a prática aos sentidos, é que diversas organizações estudantis e alguns grupos da Via Campesina ( MAB e MST) lançam aqui no Pará a proposta de construção do I Estágio de Vivência Interdisciplinar (EIV). Uma ação que vem sendo desenvolvida em outros Estados e que traz a oportunidade de parceria e fortalecimento do movimento estudantil e movimento camponês.
O EIV não se trata de um projeto para excursão ou colônia de férias destinada aos estudantes universitários em áreas de assentamento. Bem longe de ser isso, a iniciativa possui uma proposta de aprendizado por meio de um trabalho temático e metodológico, a partir de experiências pedagógicas que permitem um entendimento a respeito do trabalho (quebrando sua divisão social) e resgatam a participação e o conviver coletivamente de forma consciente de seu papel. Isso ocorre com a efetivação de formação política que almeja transformação social, com uma proposta para além da academia. É um trabalho que se concluí com a etapa de retomada, quando os estudantes poderão canalizar as experiências vividas e as discussões promovidas durante as fases de preparação e a vivência. Portanto ao todo são essas três fases do processo.
Entre seus objetivos têm-se, para o EIV, o envolvimento entre os movimentos sociais com a busca da construção de pautas conjuntas. Assim, pretende-se articular estudantes e camponeses em prol da inserção consciente na realidade. Não se quer dizer com isso que o estudante precise passar a fazer parte como integrante do movimento, mas busca-se que esta proposta que possamos atuar na sociedade de uma maneira que se compreenda o papel em uma luta de classes, enquanto um profissional e sujeito histórico comprometido com a construção de projeto alternativo.
Dentre alguns princípios de organização do EIV destaca-se aqui a importância da não-intervenção, tendo em vista que o/a estudante não participa do EIV para inferir por meio de seu conhecimento acadêmico específico. Durante a vivência, que se trata da estadia e observação nos assentamentos, não é aconselhável propor uma alteração do meio, posto que além de ser pouco tempo para isso ocorrer com qualidade, ressalta-se que o fato da presença “estranha” já ser uma intervenção sensível. Mas esse momento tem o objetivo principal de fazer com que os estagiários/a despertem reflexões a partir do acúmulo dos conhecimentos específicos trabalhados nas diferentes áreas dos mesmos, o que instiga à questionamentos sobre as limitações do ensino diante da realidade, onde se reclama uma visão interdisciplinar e multifacetada.
Além do que, o espaço construído para o EIV deve trabalhar com a idéia de descobertas e reconhecimentos de culturas diversificadas, um ambiente em que o estagiário/a possa se permitir a explorar uma realidade diversa daquele que está acostumado, sendo uma realidade concreta e não a do papel. Por esses motivos, devem ser introduzidas questões de ordem prática durante a preparação, as quais permeiam conceitos do que seja a militância e como é entendida a práxis freiriana.
Quanto a interdisciplinaridade, tem-se a oportunidade de exercitar a incorporação de um conjunto de saberes, não só científicos como também o saber popular, em uma troca, conforme os momento oportunos. Além disso, a estruturação do EIV busca o trabalho não apenas com um único curso ou área do conhecimento, mas com a maior diversidade possível, com o intuito de provocar a pluralidade nas discussões, com diferentes modos de ler o mundo.
Também se preza pela autonomia política-pedagógica e financeira. Assim, a organização do EIV se desvincula de patrocínios que possam gerar uma certa dependência na própria montagem da programação formativa. Além disso, há uma valorização do protagonismo e da iniciativa estudantil.
Em suma, o resultado do EIV é mais do que criar subsídios de confrontos entre a vivência e o conhecimento oferecido pela universidade. É uma experiência subjetiva peculiar, que ultrapassa a idéia de confeccionar um caderno de campo individual e socializar observações. É o convite a reflexão crítica sobre a prática, que anuncia ao exercício da participação profissional responsável, conforme a sistematização e construção epistemológica comprometida com um ideal transformador da sociedade. Além do acréscimo à formação cidadã e política dos indivíduos. Em tudo, só se pode dizer que a história mostra melhor os resultados.
No Pará, desde 25 de agosto de 2007 estamos desenvolvendo nos dedicando a construção conjunta do I EIV no Estado do Pará. Para isso, foi necessário passarmos por diversas fazes de composição de uma Comissão Organizadora, sendo realizados diversos encontros de formação e deliberação conjunta, onde são trabalhadas questões necessárias à constituição de uma unidade de grupo e construção de concepções comuns em prol da construção do EIV, tais como a discussão dos princípios e objetivos do projeto.
22 de Maio de 2008.
Organizações da Comissão Organizadora do I EIV- PA[1]:
ABEEF
CADOB- UNAMA
CARI- UNAMA
CEAGRO
DCE- UFPA
DCE- UNAMA
FEAB
NAJUP- Isa Cunha
MST
MAB
Contatos : eiv_pa2007@yahoogrupos.com.br/ 88069861/ 81358757
[1] Entidades que freqüentam as reuniões de construção atualmente.
do I EIV (Estágio Interdisciplinar de Vivência)- PA
Carta de Apresentação
Cada um colhe seus resultados. Todos colhem o avanço da luta de classes.
Para o MST só a contribuição na auto-estima de nossa base já seria suficiente.
Nossas famílias se sentem reconhecidas em sua luta, ainda mais tendo por visitante
um ator social dos mais simbólicos na escada da moral e estima social,
o estudante universitário. Existem, obviamente, uma série de outros
resultados positivos que o EIV vem historicamente proporcionando.
( Entrevista com Chumbinho, Militante do MS-MG e Consulta Popular)
Falamos tanto em práxis na universidade e nos lançamos ao primeiro estágio que aparece com a ânsia de buscá-la, porém poucas vezes ocorre a chance de nos questionarmos sobre a quais tipos de estágios estamos nos lançando e qual a proposta pedagógica que os mesmos podem nos oferecer. Então, por vezes caímos na armadilha de estágios oportunistas que nos levam à ilusão de que estamos “batalhando” em busca de conhecimento.
Observando essa carência de experiências, que possam ofertar um despertar de estímulos do conhecimento e aliar a prática aos sentidos, é que diversas organizações estudantis e alguns grupos da Via Campesina ( MAB e MST) lançam aqui no Pará a proposta de construção do I Estágio de Vivência Interdisciplinar (EIV). Uma ação que vem sendo desenvolvida em outros Estados e que traz a oportunidade de parceria e fortalecimento do movimento estudantil e movimento camponês.
O EIV não se trata de um projeto para excursão ou colônia de férias destinada aos estudantes universitários em áreas de assentamento. Bem longe de ser isso, a iniciativa possui uma proposta de aprendizado por meio de um trabalho temático e metodológico, a partir de experiências pedagógicas que permitem um entendimento a respeito do trabalho (quebrando sua divisão social) e resgatam a participação e o conviver coletivamente de forma consciente de seu papel. Isso ocorre com a efetivação de formação política que almeja transformação social, com uma proposta para além da academia. É um trabalho que se concluí com a etapa de retomada, quando os estudantes poderão canalizar as experiências vividas e as discussões promovidas durante as fases de preparação e a vivência. Portanto ao todo são essas três fases do processo.
Entre seus objetivos têm-se, para o EIV, o envolvimento entre os movimentos sociais com a busca da construção de pautas conjuntas. Assim, pretende-se articular estudantes e camponeses em prol da inserção consciente na realidade. Não se quer dizer com isso que o estudante precise passar a fazer parte como integrante do movimento, mas busca-se que esta proposta que possamos atuar na sociedade de uma maneira que se compreenda o papel em uma luta de classes, enquanto um profissional e sujeito histórico comprometido com a construção de projeto alternativo.
Dentre alguns princípios de organização do EIV destaca-se aqui a importância da não-intervenção, tendo em vista que o/a estudante não participa do EIV para inferir por meio de seu conhecimento acadêmico específico. Durante a vivência, que se trata da estadia e observação nos assentamentos, não é aconselhável propor uma alteração do meio, posto que além de ser pouco tempo para isso ocorrer com qualidade, ressalta-se que o fato da presença “estranha” já ser uma intervenção sensível. Mas esse momento tem o objetivo principal de fazer com que os estagiários/a despertem reflexões a partir do acúmulo dos conhecimentos específicos trabalhados nas diferentes áreas dos mesmos, o que instiga à questionamentos sobre as limitações do ensino diante da realidade, onde se reclama uma visão interdisciplinar e multifacetada.
Além do que, o espaço construído para o EIV deve trabalhar com a idéia de descobertas e reconhecimentos de culturas diversificadas, um ambiente em que o estagiário/a possa se permitir a explorar uma realidade diversa daquele que está acostumado, sendo uma realidade concreta e não a do papel. Por esses motivos, devem ser introduzidas questões de ordem prática durante a preparação, as quais permeiam conceitos do que seja a militância e como é entendida a práxis freiriana.
Quanto a interdisciplinaridade, tem-se a oportunidade de exercitar a incorporação de um conjunto de saberes, não só científicos como também o saber popular, em uma troca, conforme os momento oportunos. Além disso, a estruturação do EIV busca o trabalho não apenas com um único curso ou área do conhecimento, mas com a maior diversidade possível, com o intuito de provocar a pluralidade nas discussões, com diferentes modos de ler o mundo.
Também se preza pela autonomia política-pedagógica e financeira. Assim, a organização do EIV se desvincula de patrocínios que possam gerar uma certa dependência na própria montagem da programação formativa. Além disso, há uma valorização do protagonismo e da iniciativa estudantil.
Em suma, o resultado do EIV é mais do que criar subsídios de confrontos entre a vivência e o conhecimento oferecido pela universidade. É uma experiência subjetiva peculiar, que ultrapassa a idéia de confeccionar um caderno de campo individual e socializar observações. É o convite a reflexão crítica sobre a prática, que anuncia ao exercício da participação profissional responsável, conforme a sistematização e construção epistemológica comprometida com um ideal transformador da sociedade. Além do acréscimo à formação cidadã e política dos indivíduos. Em tudo, só se pode dizer que a história mostra melhor os resultados.
No Pará, desde 25 de agosto de 2007 estamos desenvolvendo nos dedicando a construção conjunta do I EIV no Estado do Pará. Para isso, foi necessário passarmos por diversas fazes de composição de uma Comissão Organizadora, sendo realizados diversos encontros de formação e deliberação conjunta, onde são trabalhadas questões necessárias à constituição de uma unidade de grupo e construção de concepções comuns em prol da construção do EIV, tais como a discussão dos princípios e objetivos do projeto.
22 de Maio de 2008.
Organizações da Comissão Organizadora do I EIV- PA[1]:
ABEEF
CADOB- UNAMA
CARI- UNAMA
CEAGRO
DCE- UFPA
DCE- UNAMA
FEAB
NAJUP- Isa Cunha
MST
MAB
Contatos : eiv_pa2007@yahoogrupos.com.br/ 88069861/ 81358757
[1] Entidades que freqüentam as reuniões de construção atualmente.
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